esse é teu império
são limites o céu
e o alcance dos olhos
soberano, intangível
você, Rei, observa,
manda e desmanda
lá do pedestal,
metros e metros,
tu jamais desceste
teu olhar mira
à frente,
à cima
mas tu não te moves mais,
meu Rei,
por quê?
passaram-se cem anos,
viraste estátua,
perpétua, sim,
mas calada
teus súditos são outros
eles não se importam
te sobrevoam,
te pousam,
te sujam
teu legado, qual é?
em nada nem ninguém
ficou bom vestígio teu
a quem passa,
quando te vê,
nem mesmo resta
indagação sobre
quem fora aquela estátua
à eles tu és como nada
o sangue azul
não te fez eterno,
nem mesmo melhor
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