domingo, 2 de maio de 2010

Naufrágio



Sozinha na multidão
Como tantos outros
A sós consigo mesma
Esperava por resgate

Soprou a mensagem
Qual será o destino?

Naufragou numa ilha
Mas sonhava sair dela
Seria possível?

Imaginava-se voando
Encontrando a paz
Desejada paz de alma
Idealizava o bem viver
Que ali não poderia estar

Juntou-se a outro náufrago
Compartilhavam tal propósito
Deram as mão
Eram fortes
Seguiram com esperança

De início planejaram
Dia após dia, pouco a pouco
Traçaram uma rota
Detalhes e mais detalhes

Arquitetaram uma embarcação
Testaram por precaução
Era hora de esperar 
O dia perfeito chegaria
Iriam embarcar rumo a paz

Quanta expectativa
Viveram naquela agonia
Por longos tempos
Enfim o tal dia se aproximava
Conforme precisos cálculos
Seria no próximo entardecer

Eis que surgia o esperado crepúsculo
Que fascínio
Um lindo céu de batata doce
Observar era como fazer uma prece
Era como estar em transe 

Quando se deram por conta
Tarde demais, que sorte
Foi-se o tal momento perfeito
Não embarcaram, nem esbravejaram
Tudo era fantasia 
A paz que tanto almejavam
Dentro daquela velha ilha estaria?

Não foi necessário embarcarem rumo à paz
A paz embarcou rumo a eles
Invadiu suas almas com sutileza
O esperado pôr-do-sol
Foi mesmo digno de espera
Tal qual realeza

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