Bem mais observadora que o usual, criticava a si mesma e a todos. A ideia fluia fora do seu controle, mas pela boca não poderia escapar. O filtro de bom senso a seguiu e se tornou super-rigoroso. Presas ali dentro, as tais ideias borbulhavam muito mais. O céu era expressão sem ninguém saber, pois ela não poderia contar. Tudo era ridículo e sem sentido. Ela só observava, em paz por fora e por dentro espanto. Tudo novo!
Seu pensamento flutuava sem parar. Ela, por sua vez, era só reflexão. Em cada detalhe uma nova descoberta. Olhava sem pudor, pois, para ela, tudo aquilo não passava de uma mostra, um cenário montado, uma ideia viva e gritante bem na sua frente simplesmente para assistir e absorver.
A impressão que tinha era que nenhum deles percebia o que se passava. Só ela entendia bem o que estava acontecendo, mas não se arriscaria a começar a falar. Deixou os outros de lado, aquele momento era só dela. Iria então desfrutar daquele lapso de consciência eloquente porque tinha certeza de que seria o único momento de sua existência, como uma luz ou uma treva que passaria sem voltar ou deixar rastros.
Se sentia curiosa com tudo aquilo, mas feliz não poderia dizer que estava pois sabia não ter preparo para aceitar aquela outra percepção. Aquelas ideias eram grandes demais para sua cabeça (que nunca foi pequena).
Um comentário:
Uau, muito bem escrito adorei o "mistério", parabens =D
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