sábado, 22 de maio de 2010

Plebeu

Ele ali,
renegado por si próprio, 
jogado ao léu, 
mal se lembra de quem foi. 
Recostado num banco sujo 
conta os carros que passam na avenida, 
sem propósito pra vida. 
Será que hoje terá comida? 
É livre, mas vive limitado a uma praça. 
É homem, mas criou raízes num canteiro. 
Talvez pense: "nunca desistirei". 
Se isso é bom ou ruim, não sei. 
Ele não tem direção, é como um plebeu sem rei.
Maltrapilho, fétido... 
Será que sempre fora assim? 
Alma sempre tivera, apesar de qualquer adversidade. 
Disso sempre se lembra até com certa facilidade 
e julga-se importante sem jamais ter sido premiado com medalha ou troféu, 
simplesmente por saber já ter sido para alguém como um pedaço de céu.

2 comentários:

Juliana Lira disse...

Cara que olhar vc tem!

Olha o interior, olha além do que o ocular da visão permite, tem aberto os olhos da alma, o ocular do coração!
Achei lindo seu blog, porque é linda a maneira como escreve.Adorei sua visita e espero que volte lá no meu cantinho.

Milhões de beijos

Leo disse...

Uau! concordo com a Juliana,
que visão fantástica. e muita
destreza na descrição dos fatos.

Lindissimo, você tem olhos que vêem.

Beijos!

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